DIA: Segunda-feira.
CORES: Preto
(ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.
SÍMBOLOS:
Ogó de forma fálica, falo erecto.
ELEMENTOS: Terra
e fogo.
DOMÍNIOS Sexo,
magia, união, poder e transformação.
SAUDAÇÃO Laroié!
Exu (Èsù) é a figura mais controversa
do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da
transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele
que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana.
Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.
Muitas são as confusões e equívocos
relacionados com Exu, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão;
pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se
ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém
em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é
totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e
odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.
O maniqueísmo, próprio das grandes
religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a Exu. A cultura
africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se
aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um
deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando,
agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu quotidiano, a
manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.
Exu é o orixá que entende como
ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá
retribuir; quando agradecido pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro.
No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o
negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo
catástrofes e dissabores.
Exu é a figura mais importante da
cultura iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que
se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as
línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os
homens.
Exu é o dono do mercado, o seu
guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com venda devem
agradar a Exu. As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem sempre o
primeiro bolinho a Exu, atirando-o à rua, não só para vender bem, mas também
par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, para que Exu seja
de facto um guardião e proteja o seu negócio.
É importante ressaltar que Exu não
tem amigos nem inimigos. Exu protege sempre aqueles que o agradam e sabem
retribuir os seus favores.
Exu foi a primeira forma dotada de
existência individual. Não se sabe ao certo a sua região de origem em África,
pois em todos os reinos se presta culto a Exu. Sabe-se, no entanto, que chegou
a ser rei de Kêtu. Exu renasceu várias vezes e a sua história revela que é
filho de Orunmilá ou de Oxum, dependendo do momento em que renasce.
Características dos filhos de Exu
Os filhos de Exu são alegres,
sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos,
espertos, inteligentes, atentos. Sabem como ninguém ser sociáveis e
diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter
o maior número possível de amigos.
Rapidamente, os filhos de Exu se
tornam pessoas populares, amadas por uns, odiadas por outros. Extremamente
dinâmicos, os filhos deste orixá não se desanimam nunca, mantêm sempre a
certeza de que as coisas, mais cedo ou mais tarde, acabam por mudar a seu
favor.
Pessoas com impressionante facilidade
de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem. Irónicas e
perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores. São
pessoas extremamente rápidas, que não pensam: fazem.
Os
filhos de Exu possuem uma facilidade impressionante para entrar e sair de
confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as
consequências. Esquecem facilmente as ofensas, não guardam rancor, mas não
perdem a oportunidade de se vingar. Gostam da rua, das festas e das conversas
intermináveis, comportamento próprio de um orixá que é só alegria.
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